terça-feira, 19 de julho de 2016

SEM SABER CANTAR XUXA VENDEU 2,5 MILHÕES DE CÓPIAS


"Se vira". Essa foi ordem que o produtor musical Guto Graça Mello recebeu do presidente da gravadora Som Livre, João Araújo, quando disse: "Xuxa não é cantora e não sabe cantar".
"Ela era artista da TV Manchete e já havia lançado um disco lá. Quando ela foi contratada pela Globo, consequentemente, foi feito um acordo também com a Som Livre. O João Araújo me chamou e disse: 'Nós contratamos a Xuxa e você tem que fazer um disco do programa dela. Fui apresentado a ela e pedi para cantar. Percebi que, naquela ocasião, ela não conseguia dar uma única nota. Contei para o João, e ele: 'Se vira. Inventa um disco para fazer com ela'", recorda Guto, que produziu o primeiro álbum do "Xou da Xuxa", lançado em 30 de junho de 1986 e que vendeu mais de 2,6 milhões de cópias.
As dificuldades de Guto não pararam por aí: nenhum compositor queria dar música para Xuxa --bem diferente do que aconteceu no segundo disco dela, quando tinha fila na porta. "Eu queria colocar compositores que não eram exatamente infantis. Saí, feito um maluco, catando música que dessem para ela. A música que até hoje toca, 'Quem Qué Pão', era da Aretuza [que assina como Tuza, junto com J. Corrêa], nossa assessora de imprensa, que a tinha criado como brincadeira para os filhos comerem", revela. 
Outras músicas que tocaram bastante desse disco foram o tema de abertura do programa, "Doce Mel (Bom Estar com Você)", de Claudio Rabello e Renato Corrêa; e "She-Ra", de Joe e Tavinho Paes.
A proposta, totalmente desacreditada por parte da Som Livre em termos de venda, era unir letras para crianças com a parte instrumental e de arranjos feitos por músicos do rock nacional. Não é de se estranhar a presença de "Peter Pan", de Rita Lee e Roberto de Carvalho; e "Garoto Problema", de Frejat e Guto Goffi, com a participação de Evandro Mesquita. A cantora Patrícia Marx, na época do Trem da Alegria, também canta uma faixa, "Miragem", versão de Ronaldo Bastos para "Black Orchid", de Steve Wonder. O resultado alcançado foi beneficiado pelo plano econômico Cruzado, que gerou uma onda de consumismo e a criação do disco de diamante.
"Em uma semana, foram cem mil discos vendidos. Tiveram que fazer um disco de ouro e entregar para a Xuxa. Uma semana depois, 250 mil, e foi em progressão geométrica. Quando chegou em 2,5 milhões, o João já estava de saco cheio, porque tinha que parar a fábrica, e falou: 'Ou a gente faz disco para vender --e não parava de vender-- ou disco-prêmio'. Daí eu disse: 'Inventa um disco de diamante. Faça um disco como se fosse de platina, bota um diamantezinho e dá para sua artista'. O João botou um plástico bem vagabundo e foi a primeira vez que teve esse negócio de disco de diamante", assegura Guto.
Para Guto, a vendagem do disco, que se tornou um recorde para a época, superando RPM, fenômeno da música pop, e Roberto Carlos, é resultado da empatia da Xuxa com o público infantil e um vazio que havia em um segmento que consome com uma voracidade impressionante até hoje.
Em 1995, "Xou da Xuxa" foi reeditado com duas faixas bônus que estavam presentes originalmente em "Karaokê da Xuxa", de 1987: "Papai Noel dos Baixinhos" e "Parabéns da Xuxa", sucesso da dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas, que rendeu elogios de Erasmo Carlos. "Um dia Erasmo chegou junto da gente e disse que nós queimamos a língua dele, porque numa entrevista havia dito que se fosse fácil fazer sucesso comercial, todo mundo faria um novo 'Parabéns para Você' e nós fizemos", comemora Sullivan.
FONTE: UOL

quarta-feira, 13 de julho de 2016

IGREJA UNIVERSAL OFERECE MEIO BILHÃO POR CANAL 21 DA BAND


Em negociações sigilosas que começaram em outubro do ano passado (conforme esta coluna antecipou), a Igreja Universal ofereceu pagar à Band R$ 500 milhões pela concessão do canal 21 UHF.
Isso é apenas metade do que a Band pediu inicialmente, de acordo com o publicado ontem pela coluna Radar, da "Veja".
As negociações continuam. Em outubro do ano passado, a assessoria da Universal negou a esta coluna que existisse qualquer negociação com a Band.
A Band vem negociando venda de ativos nos últimos anos, como forma de controlar suas dívidas --especialmente a dolarizada, que é a maior. Houve corte de custos em todas as áreas, no ano passado foram vendidas antenas de transmissão e foi feito um grande enxugamento nos cargos executivos mais altos (e mais caros).
A recente queda no valor do dólar, porém, ajuda a emissora, que, no momento, não precisa negociar com interessados com a "faca no pescoço". No ano passado, quando o dólar explodiu, a emissora chegou a admitir dificuldades.
Recentemente, a Band recusou oferta para venda de uma porcentagem da emissora inteira para a Warner (Turner).
A Band não comenta assuntos internos. A Universal, por meio de sua assessoria, disse que não foi feita nenhuma proposta.
FONTE: UOL

GLOBO NA ALEMANHA



O jornalista Rodrigo Alvarez será o novo correspondente da Globo em Berlim. Ele deixará seu posto em Jerusalém, no Oriente Médio, que ocupa desde fevereiro de 2013, e assumirá a vaga de Pedro Vedova, que no início do ano foi deslocado para Londres para substituir Roberto Kovalick. A emissora ainda não definiu o novo correspondente em Jerusalém. Alvarez, que já foi correspondente em Nova York, foi anunciando em um curto comunicado interno de Ali Kamel, diretor-geral de jornalismo. Kamel, que costuma escrever longos textos nessas ocasiões, destacando as qualidades do profissional, dedicou apenas duas linhas à mudança. Disse apenas que Alvarez fez um "excelente trabalho em Jerusalém" e lhe desejou boa sorte em Berlim. A economia chamou a atenção nos bastidores e virou assunto na Globo

FONTE: UOL

quarta-feira, 6 de julho de 2016

VIVA VAI REPRISAR "A GATA COMEU"




Um dos maiores sucessos da TV da década de 1980 estará de volta no Viva: a novela “A Gata Comeu”, com Christiane Torloni e Nuno Leal Maia, substitui “Mulheres de Areia'' em outubro. A trama do casal Jô Penteado e Professor Fábio, que vivia feito cão e gato, é hoje cultuada por fãs e uma das campeãs de pedidos de reprise no canal.
Escrita por Ivani Ribeiro, com direção geral de Herval Rosano, “A Gata Comeu” foi originalmente exibida, no horário das seis da Globo, entre abril e outubro de 1985. Foi reprisada duas vezes no “Vale a Pena Ver de Novo“: em 1989 e em 2001. Era o remake de uma antiga novela da TV Tupi (de 1974): “A Barba Azul”, com Eva Wilma e Carlos Zara.
A trama leve, divertida e despretensiosa teve como maior destaque o elenco mirim – filhos e alunos do Professor Fábio -, que encantou o público infanto-juvenil na época: Danton Mello (em sua primeira novela, então com 10 anos), Kátia Moura, Oberdan Jr, Juliana Martins, Silvio Perroni, Rafael Alvarez e Juliana Lucas Martin.
Os capítulos iniciais foram antológicos. Vários personagens passam dias perdidos em uma ilha deserta, após uma pane no barco em que faziam uma excursão. Foi nessa viagem que Jô conheceu Fábio. Também Paula (Fátima Freire), então noiva dele, e as crianças, seus alunos. Como a antipatia foi imediata, a confusão estava armada! “Bateu, levou!” era o bordão do casal que se odiou à primeira vista e trocava farpas e tapas na cara. Um ódio que escondia uma atração fulminante que acabou em amor ao longo da trama.
No elenco, também Mauro Mendonça, Anilza Leoni, Bia Seidl, Laerte Morrone, Roberto Pirilo, Fátima Freire, Élcio Romar, Mayara Magri, Cláudio Corrêa e Castro, Marilu Bueno, Luís Carlos Arutin, Dirce Migliaccio, Nina de Pádua, José Mayer, Deborah Evelyn, Eduardo Tornaghi, Rogério Fróes, Diana Morel e outros.
Volta dia 24 de outubro no Viva, substituindo “Mulheres de Areia” na faixa das 15:30 (reprise à 0:45).
Lembrando que o Viva também confirmou o retorno de outro clássico da TV: “Pai Herói“, que volta dia 17 de outubro, à meia-noite. Saiba mais AQUI.
E “Torre de Babel“, que volta dia 10 de outubro, às 14:30.
FONTE: NILSON XAVIER

Dez Mandamentos chega ao fim com erros sofríveis e cenários de Carnaval



Depois de ter esgotado todas as possibilidades de Os Dez Mandamentos, que virou livro, filme e até musical, a Record finalmente encerrou a segunda temporada da novela com o trunfo de ter chacoalhado o mercado audiovisual e reaquecido a disputa por pontos de audiência. Mas nem só números fazem de um folhetim um produto de qualidade. A trama bíblica é a prova de que a falta de planejamento pode destruir um projeto que tinha tudo para terminar com êxito máximo, mas que definhou com erros sofríveis de escalação de elenco, maquiagem e cenografia.
A enrolação tomou conta já do final da primeira temporada, em novembro de 2015, e não desapareceu na segunda fase da história, a partir de março deste ano. Surgiram novos reinos hostis a Moisés (Guilherme Winter), num lampejo de inspiração da autora Vivian de Oliveira em Game of Thrones (HBO). O problema é que a mira foi mal apontada, e o resultado no vídeo foi bem aquém (mas bota aquém nisso) da série norte americana _traçar comparações seria até injusto.
Além dos cenários artificiais, que mais pareciam carros alegóricos de escolas de samba do grupo de acesso, a caracterização dos personagens foi sofrível: barbas e perucas evidentemente falsas não ajudaram em nada a passar a imagem envelhecida que marcou os 40 anos em que Moisés conduziu seu povo pelo deserto. Teria sido melhor trocar o elenco _se houvesse elenco. Afinal, a audiência já estava consolidada.
A cena da morte de Arão (Petrônio Gontijo), na segunda feira (27), foi um marco da maquiagem malfeita. A câmera mostrou apenas closes dos pés, dos ombros e das costas do personagem, que se despiu antes de morrer, evitando assim um trabalho mais rigoroso tanto da maquiagem quanto da direção. Sequência preguiçosa que prejudicou a grandiosidade da cena.
Também faltou apuro técnico para disfarçar os efeitos de chroma key utilizados à exaustão nas cenas dos hebreus caminhando pelo deserto. Lembrou os programas da MTV Brasil nos idos dos anos 1990. E o que dizer das batalhas dos hebreus em direção à Terra Prometida em que, a despeito dos inúmeros golpes, nenhuma gota de sangue foi derramada? Esqueceram esse detalhe na pós produção? 
Cenas longas, marcadas por uma trilha sonora bastante pontuada, intensificaram o melodrama. Mas nem mesmo a narrativa excessivamente lenta espantou o público. Os Dez Mandamentos serviu, ao menos, para mostrar que não precisa colocar o elenco se esgoelando para conquistar audiência.
Por falar em elenco, salta aos olhos algumas escalações evidentemente erradas, como a de Juliana Didone (Leila), jovem demais para o papel de uma anciã. Outra personagem prejudicada pela idade foi Betânia (Marcela Barrozo). Alguns atores, porém, tiveram destaque nessa segunda temporada. É o caso de Denise Del Vecchio (Joquebede), Petrônio Gontijo e Vitor Hugo (Corá), que defenderam bem seus personagens. Guilherme Winter, visivelmente exausto, parece ter ligado a interpretação no automático e deixou o rendimento de Moisés cair entre uma fase e outra da novela.
Já a ideia de começar a introduzir os personagens de A Terra Prometida foi uma boa maneira de fazer a passagem para a próxima novela da emissora: manteve a unidade entre as tramas e, didaticamente, apresentou os próximos caminhos que a nova narrativa bíblica deve seguir.
Os Dez Mandamentos cumpriu com seu intento e conquistou um rebanho de fiéis, além de ter sido, sem dúvida, uma novela evangelizadora, bem mais do que qualquer outra minissérie bíblica que a Record já produziu. Foi um nicho encontrado e que o histórico da emissora não deixa dúvidas na hora de afirmar: será usado até seu esgotamento.
O desafio de A Terra Prometida é grande: ao mesmo tempo em que tem de manter os índices, precisa ser (bem) melhor do que a antecessora.

FONTE: SITE NOTÍCIAS DA TV